Atualmente, o método que a QINV utiliza para calcular a rentabilidade de um portfólio é conhecido como “Time-Weighted rate of Return”, ou TWR. Que podemos traduzir como “Retorno Ponderado pelo Tempo”.
Essa metodologia é amplamente aplicada pois consegue calcular os valores de rentabilidade independentemente da quantia aplicada ou resgatada, oferecendo um retrato real da performance da carteira.
No entanto, essa metodologia pode causar confusão para alguns investidores, especialmente quando há uma rentabilidade positiva acompanhada de um retorno financeiro negativo, ou vice-versa.
Vamos entender melhor?
Suponha que um usuário tenha iniciado um investimento de R$ 200,00 em uma carteira na nossa plataforma. Após uma semana, ao verificar seu investimento, percebe que agora tem R$ 250,00 investidos, com as seguintes informações do sistema:
Animado com o retorno, o usuário decide fazer um novo aporte de R$ 1.000,00, totalizando R$ 1.250,00 investidos.
No entanto, uma semana depois, ao revisar seu investimento, nota que seu patrimônio agora é de R$ 1.100,00, com duas informações aparentemente conflitantes. Em outras palavras, sua rentabilidade está positiva, enquanto seu desempenho financeiro está negativo.
Mas como isso é possível?
Para compreender, é necessário analisar o cenário. Na primeira semana, houve uma valorização de 25% no patrimônio total, gerando um “lucro” de R$ 50,00.
Porém, na segunda semana, ocorreu uma desvalorização de -12% no patrimônio total, gerando um “prejuízo” de R$ 150,00.
Note que, mesmo a desvalorização da segunda semana sendo menor que a metade da valorização da primeira semana, o valor de “prejuízo” é muito maior pois o valor investido já estava mais expressivo naquele momento.
Assim, realizando a conta para chegar no retorno acumulado temos um valor que é negativo:
R$ 50,00 – R$ 150,00 = – R$ 100,00
E utilizando o cálculo do TWR, obtemos uma rentabilidade que ainda positiva:
(1+25%)*(1-12%) = 1,10 ou +10%
Em resumo
Se o usuário tivesse apenas investido os R$ 200,00 e mantido o investimento nas duas semanas, teria terminado com R$ 220,00 investidos, resultando na mesma rentabilidade positiva de 10%, mas com um retorno financeiro positivo de R$ 20,00.
No entanto, devido ao grande aporte realizado na segunda semana ter enfrentado um mercado de baixa, a perda financeira foi maior do que o ganho da primeira semana em relação aos R$ 200,00 investidos.
Contudo, é importante não se deixar iludir, pois o desfecho poderia ter sido o oposto. Poderíamos ter experimentado uma situação de “prejuízo” na primeira semana, seguida por uma significativa valorização na semana seguinte. Nesse cenário, o retorno financeiro seria motivo de celebração.
Portanto, embora seja naturalmente mais intuitivo focar no montante de dinheiro gerado, a avaliação da qualidade de um investimento requer a análise da rentabilidade em períodos que se desvinculem das ações específicas realizadas pelo investidor.
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